MEUS COMENTÁRIOS FEITO NO FORUM SOBRE
AS TICS
Os educandos de
hoje convivem com a tecnologia a todo o momento, no celular, mp3, dvd,
computador, câmera digital, entre outros. Tudo isso faz com que a escola
tradicional não os motivem a estudar, da forma que são solicitados. Por este
motivo, creio que em curto prazo a escola vai inovar e modificar a dinâmica das
salas de aulas, para adequar-se aos novos modos de construir e mediar o
conhecimento, com o auxílio de metodologias mais interativas. Acredito que as
angústias dos professores ao se depararem com educandos que "não querem
nada" com o proposto para estudo, da forma como é apresentado, podem ser
aliviadas quando esses profissionais utilizarem mais as tecnologias
disponíveis, dinamizando o espaço da sala de aula e do conhecimento.
Hoje, faz parte de o senso
comum afirmar que a informação não é mais um objetivo privilegiado da educação.
A escola não é mais o principal lugar de aquisição de informação. Com a
disfunção acelerada das informações por meio das Novas tecnologias da
informação e Comunicação (NTIC) deixaram de ser privilégio de poucos e transformaram-se
em parte integrante da cultura mundial. Professores e escolas precisam refletir
e selecionar sobre o que realmente devem realizar nessa chamada para educação,
como meio de acesso á nova sociedade de informação. Pois, cada educador deve
orientar os seus esforços para que não fiquem em um ensino mediado só pelas
velhas tecnologias (da lousa ao livro), distanciando de forças sociais que se
organizam diante das novas tecnologias. É emergencial que todos nós, sujeitos
do processo de ensinar e aprender mobilizem nossos instintos para concretizar
projetos que efetivarem uma aprendizagem alternativa à que está dada, com a
interação das tecnologias digitais tomando como referência os fatos de que os
sujeitos aprenderam no mundo globalizado têm a possibilidade de agir e
modificar em tempo real as produções, se tomando parte integrante da construção
do conhecimento.
Não só na arte devemos experimentar materiais e técnicas para nos
apropriarmos delas e dizer que sabemos fazer algo. Pois para cozinhar não basta
ler receitas é preciso tentar preparar o alimento. Mesmo que os primeiros
fiquem sem sal, ou meio crus, se não tentarmos nunca aprenderemos a cozinhar.
Neymar não se tornou um astro no futebol lendo regras e textos sobre futebol.
Ele jogou. E joga. Tenta. Erra e acerta. Devemos tentar experimentar o novo e
nos descobrirmos nele, e só assim poderemos com propriedades falarmos sobre o
assunto e encontrarmos a sua utilidade em nossas vidas.
DigitalAs TICs, a Escola e o Futuro
Ou… O
futuro a Deus pertence.
Está nascendo uma nova maneira de
aprender
Enquanto alguns professores se perguntam como é possível
recuperar o tempo perdido para poderem se atualizar com relação ao uso
pedagógico das TICs, eu me pergunto: e como seria estar atualizado hoje em dia?
A questão do uso pedagógico das TICs remete a uma questão mais
ampla ainda: o que os nossos alunos precisam aprender? Onde as TICs entram
nessa história?
Os especialistas em currículo passam a vida discutindo esse tema
e acabam quase sempre concluindo que o currículo é vivo, dinâmico e deve sempre
estar voltado a uma formação que permita ao aluno “adequar-se” a seu mundo. Mas
que mundo é esse?
Na verdade, nós não sabemos. E é justamente aí que entra a
história das TICs!
Ninguém em sã consciência sabe dizer com relativa precisão como
será nosso mundo daqui a três anos. O que dizer então sobre um futuro de cinco,
dez ou vinte anos? Muitas profissões deixarão de existir nesse curto período de
tempo de apenas três anos, enquanto outras tantas surgirão. A tecnologia se
reinventa a cada seis meses. O cotidiano, os hábitos, as relações sociais e
econômicas, tudo está mudando muito rápido. Tão rápido que fazer previsões está
cada dia mais difícil.
Nesse contexto, o que é estar atualizado? E qual é a importância
de estar atualizado? Se o que sabemos hoje poderá não nos servir daqui a três
anos, o que servirá, então, aos nossos alunos?
O conhecimento agora está “na
nuvem”
Vamos fazer um teste? No quadro abaixo, assinale as ferramentas
da Web 2.0 que você conhece. Marque com um X o retângulo que corresponde,
aproximadamente, ao tempo que você já conhece a ferramenta. Considere que
“conhecer a ferramenta” signifique saber usá-la pelo menos de forma básica e
para si mesmo (não é necessário que você saiba usar a ferramenta com os seus
alunos, ou que a tenha usado com eles):
Ferramenta (*)
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1 ano
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2 anos
|
3 anos
|
+ de 3 anos
|
Twitter
|
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YouTube
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Google Docs
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||||
Delicious
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||||
Slideshare
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||||
Skype
|
||||
Google Reader
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WordPress
|
||||
FaceBook
|
||||
Moodle
|
Agora “some” os “Xs” de cada coluna e olhe bem para os números.
É muito provável que você não some 10 em nenhuma coluna, e é bem provável que a
soma vá diminuindo, de coluna para coluna, no sentido da esquerda para a
direita, na medida em que o período de tempo fica maior.
Não desanime com os resultados se você somou poucos “Xs”, há
pelo menos mais 140 ferramentas bastante usadas por educadores e que poderiam
ser colocadas nessa lista e, francamente, ninguém assinalaria nem metade desse
total de 150 ferramentas. Além disso, a cada dia surgem várias novas
ferramentas!
Então, se um dia você sonhou em se atualizar de forma a conhecer
suficientemente bem todas as ferramentas da Web 2.0, para somente então poder
escolher quais usar, esqueça! Isso já não lhe pertence!
Mas então, qual é a solução? Como podemos nos preparar para o
uso das TICs e recuperar o tempo perdido? Como podemos usar as TICs com nossos
alunos? E, porque deveríamos usá-las?
Os dez novos mandamentos
Eu não pretendo lhe enrolar dizendo que a solução é muito
particular, que cada um deve procurar o seu caminho, etc. etc. Aqui vai a
resposta: é preciso mudar os paradigmas!
Já foi o tempo em que você precisava aprender tudo antes para,
somente depois, poder ensinar um pouco do que sabia aos seus alunos, ou seja,
para “passar” o seu conhecimento para eles. Os novos paradigmas de que você
precisa são bastante diferentes daqueles que você tinha quando aprendeu com
seus velhos professores. A seguir vão 10 “novos” (talvez nem tanto) paradigmas
de que você precisará para os dias atuais
1. Aprender
enquanto utiliza, e utilizar enquanto aprende!
Você não precisa de um curso para aprender a usar o Twitter, o
YouTube, o Google Docs ou as demais ferramentas para, somente depois, poder
utilizá-las. Você só precisa começar a usá-las e, então, precisa entender que é
utilizando-as que você aprenderá a utilizá-las cada melhor.
2. Aprender errando e corrigindo!
As ferramentas da Web 2.0 e as TICs em geral “admitem o erro
como parte da aprendizagem”, por isso não se preocupe em fazer tudo certo já da
primeira vez (ou da segunda, ou da terceira). Se você errar, não tem problema,
não tem punição, você aprendeu! Se não der certo na primeira vez, tente de
novo.
3. Explorar novas maneiras de
aprender!
A aprendizagem das novas tecnologias e suas ferramentas não é
linear. Não há mais “um passo antes do outro”. Assim como você pode navegar na
internet por links (hipertexto!), você também pode aprender em pequenas doses,
em passos não sequenciais, explorando o que lhe parecer melhor naquele momento
e criando seu próprio percurso de aprendizagem. Entenda isso como uma hiperaprendizagem.
4. Integrar-se às redes sociais e
aprender colaborativamente!
Há livros, manuais, tutoriais e mesmo cursos para se aprender
qualquer coisa que você quiser, e todos eles estão disponíveis na internet, mas
a forma mais eficiente de aprender algo que você ainda não sabe, e nem sabe
onde encontrar a resposta consiste simplesmente em “perguntar para outras
pessoas”! Quer dar seus primeiros passos no Twitter e não sabe por onde
começar? Comece perguntando para alguém que já sabe! O conhecimento não está
mais apenas nos livros, ele também está nas pessoas!
5. Explorar possibilidades e ser
criativo!
Você pode ler muitos livros sobre o uso de certa ferramenta ou
TIC, pode assistir a palestras, participar de simpósios, congressos, redes
sociais, etc., e trocar ideias com pessoas que já utilizam essa ferramenta ou
tecnologia. Tudo isso irá lhe ajudar bastante a aprender sobre o uso das TICs,
mas você poderá obter resultados ainda melhores se o tempo todo perguntar para
si mesmo coisas como: “o que eu posso fazer com isso? Como eu posso usar o
Twitter para mim mesmo? E com os meus alunos?”. Só você conhece melhor que
todos os outros a sua realidade, as suas necessidades e os seus próprios
desejos.
6. Ser autônomo, não esperar
passivamente por ajuda e nem desistir sem antes tentar!
Há pessoas que desistem de algo sem nem mesmo tentar antes.
Ficam eternamente à espera de alguém que lhes mostre todos os caminhos, que
lhes dê todas as respostas (corretas!). Não seja uma delas. Respostas perfeitas
e pessoas que as saibam dar já não existem mais. Se tiver uma ideia que
“gostaria que desse certo”, tente programar-la. Se algumas tentativas falharem,
não desista, isso não se chama “fracasso”, chama-se “aprendizagem”!
7. Aprender a ter prazer na
aprendizagem!
Assim como os alunos não aprendem facilmente aquilo que eles
desgostam, os professores também reagem da mesma forma. Só aprendemos coisas
que queremos aprender, coisas que nos dão alguma satisfação, algum prazer,
quando a aprendemos. Por isso, se você não aprender a ter prazer em dar uma
aula melhor usando um novo recurso, nunca vai aprender a usar o recurso, e nem
vai melhorar sua aula. E o que é pior: se você não aprende com prazer, então
também não ensina com prazer e, por isso mesmo, não desperta o prazer no seu
aprendiz. Tudo o que fazemos apenas por obrigação acaba caindo na vala comum da
mediocridade. Ensino é paixão e o professor apaixonado pelo bom ensino é a
melhor tecnologia que existe para ensinar.
8. Aprender a compartilhar conhecimento,
dúvidas e sonhos!
Não basta aprender, não basta ser capaz de fazer; é preciso
“fazer de fato” e compartilhar o conhecimento para que outros aprendam e façam.
É preciso sonhar grande! Se você aprendeu como usar o Twitter, experimentou
usá-lo e até já colecionou algumas dicas, então é hora de usar o potencial
dessa ferramenta para compartilhar! Compartilhar seu conhecimento sobre a
ferramenta, mas não só isso, pois agora você poderá compartilhar uma infinidade
de outros conhecimentos usando essa ferramenta como instrumento de ensino. Você
também faz parte da construção dos novos conhecimentos.
9. Aprender a ensinar o outro a aprender a aprender!
Para “estar atualizado” não é preciso ter “todas” as
informações, mas é preciso aprender a encontrá-las, compreendê-las,
utilizá-las, modificá-las, expandi-las e compartilhá-las. E é exatamente isso
que precisamos ensinar às novas gerações! E não é nada fácil ensinar ao outro
aquilo nem nós mesmos sabemos; por isso precisamos aprender a aprender antes de
tentar ensinar isso aos nossos alunos. Se você mesmo não se sentir capaz de
aprender, nunca vai desenvolver essa competência em seus alunos.
10. Aprender a estar eternamente insatisfeito!
Se você acha que esses “novos” paradigmas vão resolver o seu
problema, se acha que eles bastam, ou apenas concorda com eles, sem ressalvas,
então, talvez você não tenha entendido nada! Todos esses paradigmas juntos
significam apenas que cabe a você compreendê-los, aplicá-los, reformulá-los,
ampliá-los, reconstruí-los e, então, compartilhar com outros a “sua versão”
deles. Os aceites apenas como um desafio para que você mesmo possa
reescrevê-los e compartilhá-los com outras pessoas.
Na verdade nós não precisamos saber como será o mundo daqui a
vinte, dez, cinco, ou mesmo três anos, para sabermos o que e como ensinar aos
nossos alunos. Nós já sabemos tudo o que é preciso saber: é preciso ensinar os
alunos a aprenderem! E eles precisarão aprender sempre; precisarão descobrir
soluções para problemas que nem eles, nem nós, imaginamos que surgirá um dia.
Eles terão que agir no tempo deles exatamente como nós precisamos agir agora,
diante de um mundo que jamais sonhamos, onde as “inovações” são muito mais
rápidas do que nossa capacidade de compreender e dominar todas elas, e onde, mesmo
assim, precisamos ser atores e não meros espectadores.
As coisas mudam...
É curioso notar aqui que nossos alunos já assimilaram grande
parte desses “novos” paradigmas, já utilizam grande parte das ferramentas que
ainda desconhecemos, mantêm-se abertos às novidades, experimentam, tentam,
erram e tentam de novo, buscam ajuda e compartilham aquilo que sabem. Enquanto
isso, muito de nós, seus professores, teimamos em rejeitar as novas
possibilidades que as TICs nos oferecem ou, simplesmente, as ignoramos. Nossos
alunos estão passando a perna em nós, descaradamente!
Assim como na construção dos currículos para nossas aulas, nós,
professores, precisamos também fazer escolhas sobre nosso próprio currículo, e
precisamos entender que ele estará eternamente em construção. Integrar-se às
TICs e incorporá-las em nossas práticas cotidianas e pedagógicas é parte do
nosso próprio currículo atual, e já não podemos contar com nossos velhos
professores para nos ajudar com isso!
Uma das possibilidades é nos fazermos de tontos e fingirmos que
nada está acontecendo de novo, que nada está mudando, que podemos ser sempre os
mesmos e o mundo não se importará conosco da mesma forma como parecemos não nos
importar com ele. A outra é nos lançarmos ao desafio do novo, ao grande desafio
de aprendermos como se aprende nesse novo mundo, para podermos, somente então,
ensinar nossos alunos a aprenderem a aprender.
Referências
na Internet:
·
The Top 100 Tools for
Learning 2011 List: Uma listagem com a 150 ferramentas mais utilizadas por
professores e profissionais do ensino. (visitado em 19/01/2011)
·
Quais
habilidades em tecnologia os professores devem ter em sala de aula?:
artigo publicado no “Estadão .Edu”. (visitado em 20/01/2011)
·
Habilidades
do século XXI: excelente artigo do Prof. Pedro Demo, PhD da Universidade de Brasília,
abordando as habilidades que o professor e o aluno devem ter no século XXI.